quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ana Carolina lança novo CD e quer ser mãe



Cantora comemora 10 anos de carreira, planeja congelar óvulos e diz que ‘virou minhoca’ depois que se declarou bissexual



Rio - "Sem óculos? Só se você mandar a foto para eu passar no Photoshop!”, disparou Ana Carolina quando começou a posar para o fotógrafo em sua nova casa, no Jardim Botânico. Virginiana do dia 9 de setembro, Ana mal podia imaginar que o repórter incumbido de entrevistá-la por ocasião do lançamento do nono álbum, ‘Nove’, também nasceu sob este signo do zodíaco, no mês... nove. O algarismo que se repete tantas vezes na vida da cantora significa “coroamento dos esforços”. Nada mais adequado para comemorar os 10 anos de sua bem-sucedida carreira.

“Eu tinha medo de ninguém gostar. Bobagem de jeca mineira. Mas quando soube que tinha vendido 100 mil cópias, comecei a fazer terapia”, revela Ana sobre o início da carreira, quando estourou com o hit ‘Garganta’, em 1999. Durante esta década, a cantora emplacou pelo menos um sucesso com cada CD que lançou.

A música ‘Quem de Nós Dois’ — versão em português para a balada italiana ‘La Mia Storia Tra Le Dita’ —, do disco ‘Ana Rita Joana Iracema e Carolina’, de 2001, chegou a 3 mil execuções nas rádios. Em 2005, uma versão em português para ‘The Blower’s Daughter’, do filme ‘Closer — Perto Demais’, batizada aqui de ‘É Isso Aí’, grudou. Mesmo assim, Ana Carolina jura desconhecer a fórmula do sucesso. “Ah! Se eu soubesse o valor do delta”, gargalha ela, conhecida pelo timbre único e também por polêmicas.

Em entrevista à revista ‘Veja’, em 2006, a cantora disse ser bissexual. “As meninas ficaram danadas comigo. Virei minhoca. A surpresa foi: ‘Ela gosta de homem também’. Mas não deixaram de ir ao show”, conta Ana, que está namorando (mas não diz quem) e planeja congelar seus óvulos para uma futura gravidez. “Sou diabética. Não posso parar agora. Mas se daqui a 10 anos eu tiver vontade...”, diz. Prestes a completar 35 anos, Ana Carolina vai comemorar o aniversário no Citibank Hall, com o show ‘Nove’.

No novo álbum, ela flerta com o tango nas faixas ‘10 Minutos’ e ‘Resta’, ambas em parceria com a italiana Chiara Civello e traz o americano John Legend em ‘Entreolhares’, já em execução nas rádios. “Escrevi para ele: ‘Oi. Eu sou uma cantora brasileira e queria que você cantasse essa música’. Ele topou”, diverte-se Ana, que já pensa na aposentadoria. “Daqui a 15 anos eu paro. Vou fazer outra coisa. Tenho medo de viver à própria sombra”, diz.

“Ana Carolina ambiciona o sucesso populista", por Mauro Ferreira.



Nem a Excelência da produção de Ale Siqueira . Mauro Caldato e Kassin atenua a anemia da safra de inéditas reunida por Ana Carolina em “Nove’’. O álbum confirma que a produção autoral da artista parece ter chegado a um ponto de exaustão, já detectado no disco anterior, o duplo “Dois Quartos”(2006). Com ares de tango eletrônico “10 minutos” (Dimmi Perché) é a única música digna da discografia inicial da artistas. Se os sambas “Tá rindo, é?” e “Torpedo” (com letra de Gilberto Gil) sequer roçam o suingue de “Cabibe” (2005) ou a beleza melódica de “Vestido Estampado” (2003), as baladas - como “Era” e “Dentro”- figuram entre as piores da artista no gênero. O flerte descarado com o pop radiofônico em “Entreolhares”, tema que subaproveita os vocais do cantor americano John Legend, sinaliza que Ana Carolina ambiciona o sucesso populista. Com cantora ela é das melhores da sua geração e acerta ao dosar os tons em “Nove”. Mas não basta cantar bem e se aproveitar de uma produção luxuosa, Noves fora, nada. Ou quase nada...

Fonte: Jornal O Dia (04.08.09).

Por Érika Lima, Equipe Ana Por Inteiro.